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Que o álcool é nocivo ao ganho de massa muscular todo mundo sabe. Mas qual o tamanho desse efeito? Como acontece? Existe alguma estratégia para minimizá-lo? Vamos entender mais…

Álcool e Hipertrofia

Que o álcool é nocivo ao ganho de massa muscular todo mundo sabe. Mas qual o tamanho desse efeito? Como acontece? Existe alguma estratégia para minimizá-lo? Vamos entender mais…

O principal trabalho da literatura sobre o assunto é do grupo de Parr et al. (2), no qual os pesquisadores demonstraram que a ingestão de álcool prejudicou a resposta do músculo (Síntese de proteína miofibrilar (SPM); parâmetro utilizado para indicar a resposta hipertrófica) à ingestão de proteína pós-exercício (diminuição de 24% de SPM). Um total de 1,5 g de álcool por kg de peso corporal (12 ± 2 drinques padrão) foi consumido, o que reflete o consumo em excesso por parte dos atletas. Esses dados fornecem uma prova clara de que a ingestão de quantidades EXCESSIVAS de álcool pode prejudicar a recuperação pós-exercício. Além disso, os pesquisadores observaram que a co-ingestão de álcool diminui a sinalização anabólica intramuscular (isto é, fosforilação do mTOR), o que é consistente com a maioria dos dados em modelos de roedores. 

Como essa atenuação da sinalização anabólica induzida pelo álcool é regulada não está clara (mecanismo de ação), mas acredita-se que existam efeitos diretos via genética (regulação negativa no mTOR) e efeitos indiretos via modulação da atividade de hormônios anabólicos circulantes, como o igf-1. (3)

Mais trabalhos são necessários para fornecer uma visão mais mecanicista e determinar se existe uma relação dose-resposta entre a ingestão de álcool e as taxas de síntese proteica muscular e para determinar o impacto de um consumo mais moderado de álcool, como por exemplo, beber uma a duas taças de vinho no jantar. Até o momento, temos a indicação de que quanto menos beber, melhor para a hipertrofia, mas provavelmente o efeito não deve ser grande para doses menores. 

Além disso, não temos conhecimento se a pior resposta à proteína pode ser superada com uma dose mais alta desse macronutriente. Assim como temos uma “resistência anabólica” nos idosos, que precisam de uma quantidade mais alta de proteína para estimular o máximo a síntese proteica, pode ser que, nesses casos, chegar ao limiar de 40 gramas de proteína por refeição (e não 25 gramas como utilizado no estudo) seja benéfico. Porém, isto ainda é uma suposição, que de qualquer forma parece ser prudente. Portanto, nos dias que for beber, fazer uma refeição antes e depois com uma grande quantidade de proteína é interessante. 

  1. BARNES, Matthew J. Alcohol: impact on sports performance and recovery in male athletes. Sports Medicine, v. 44, n. 7, p. 909-919, 2014.
  2. PARR, Evelyn B. et al. Alcohol ingestion impairs maximal post-exercise rates of myofibrillar protein synthesis following a single bout of concurrent training. PLoS One, v. 9, n. 2, p. e88384, 2014.
  3. STEINER, Jennifer L.; LANG, Charles H. Dysregulation of skeletal muscle protein metabolism by alcohol. American Journal of Physiology-Endocrinology and Metabolism, v. 308, n. 9, p. E699-E712, 2015

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