Na década de 1920, foi reconhecido que os carboidratos eram uma fonte de combustível crucial para o exercício. Sabemos que o consumo deste macronutriente está diretamente relacionado à performance física. Ainda, pesquisas posteriores
Bochecho de Carboidratos
Na década de 1920, foi reconhecido que os carboidratos eram uma fonte de combustível crucial para o exercício. Sabemos que o consumo deste macronutriente está diretamente relacionado à performance física. Ainda, pesquisas posteriores mostraram o benefício da ingestão de soluções de carboidrato também durante os exercícios, principalmente os de longa duração.
Mas você sabia que não é necessário a ingestão de fato em exercícios mais curtos? Somente o bochecho de uma solução de carboidratos já é suficiente!
O estudo de Carter et al. [1] foi possivelmente o primeiro a relatar esse efeito. Os ciclistas foram solicitados a repetir o contra-relógio de 40 km, mas apenas enxaguar a boca com uma solução de carboidratos sem engolir nada. O carboidrato utilizado neste estudo foi uma solução não doce de maltodextrina (um carboidrato insípido). O protocolo de enxágue foi padronizado. Os participantes enxaguavam a boca por 5 segundos com a bebida e depois cuspiam em uma tigela. Eles não foram autorizados a engolir nada da bebida.
Os resultados foram notáveis: o desempenho melhorou com o enxágue bucal com carboidratos em comparação com o placebo e a magnitude do efeito foi a mesma vista em estudo inicial com a ingestão de carboidratos! Eles foram cerca de 1 minuto mais rápidos, embora nenhum carboidrato tenha realmente entrado no corpo (nenhum carboidrato é absorvido pela boca).
No geral, os resultados indicam que o bochecho oral com CHO pode exercer seus efeitos durante exercícios de alta intensidade por meio de uma ação central mediada por receptores na boca, melhorando o impulso motor ou a motivação. E esse efeito é bem evidente em uma variedade de esportes de moderada a alta intensidade, como no ciclismo, corrida e musculação. [5]
De fato, a Academia de Nutrição e Dietética e Dietistas do Canadá e o Colégio Americano de Medicina Esportiva afirmam que o enxágue bucal com CHO pode melhorar o desempenho em exercícios de duração de 45 a 75 minutos [7]. Tem sido sugerido que enxaguar a boca com uma solução de CHO com concentrações não inferiores a 6% por 5 a 10 segundos pode potencializar o desempenho do exercício como resultado de uma ativação cerebral aumentada.
Além disso, a ingestão de CHO e de água durante exercícios de alta intensidade aumenta a incidência potencial de problemas gastrointestinais e mal-estar (por causa do enchimento e aumento do recrutamento sanguíneo), enquanto o enxágue bucal com CHO pode ser uma estratégia alternativa para reduzir qualquer desses problemas em eventos esportivos. [4]
Agora podemos olhar com mais normalidade para os jogadores de futebol cuspindo a água no campo rs
Carter JM, Jeukendrup AE, Jones DA. The effect of carbohydrate mouth rinse on 1-h cycle time trial performance. Med Sci Sports Exerc. 2004;36:2107–11.
https://www.mysportscience.com/post/2015/05/20/spit-or-swallow-carb-mouth-rinse-and-performance
https://www.mysportscience.com/post/mouth-rinse
de Ataide e Silva, T., Di Cavalcanti Alves de Souza, M. E., de Amorim, J. F., Stathis, C. G., Leandro, C. G., & Lima-Silva, A. E. (2013). Can carbohydrate mouth rinse improve performance during exercise? A systematic review. Nutrients, 6(1), 1–10. https://doi.org/10.3390/nu6010001
Hartley, C., Carr, A., Bowe, S. J., Bredie, W. L. P., & Keast, R. S. J. (2022). Maltodextrin-Based Carbohydrate Oral Rinsing and Exercise Performance: Systematic Review and Meta-Analysis. Sports medicine (Auckland, N.Z.), 52(8), 1833–1862. https://doi.org/10.1007/s40279-022-01658-3
Jeukendrup, A. A Step Towards Personalized Sports Nutrition: Carbohydrate Intake During Exercise. Sports Med 44 (Suppl 1), 25–33 (2014). https://doi.org/10.1007/s40279-014-0148-z
Thomas, D. T., Erdman, K. A., & Burke, L. M. (2016). American College of Sports Medicine Joint Position Statement. Nutrition and Athletic Performance. Medicine and science in sports and exercise, 48(3), 543–568. https://doi.org/10.1249/MSS.0000000000000852
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