A ioimbina é um composto alcalóide, derivado da casca de uma árvore africana, do tipo bloqueador alfa-adrenérgico, de modo que é antagonista seletivo dos receptores alfa-2 adrenérgicos, licenciado na Alemanha (desde 1978) e no Canadá (desde 1951) como terapia para disfunção erétil.
Mecanismo de aç
, pulvinar dapibus leo.
Tudo sobre Ioimbina: um composto utilizado no emagrecimento!
A ioimbina é um composto alcalóide, derivado da casca de uma árvore africana, do tipo bloqueador alfa-adrenérgico, de modo que é antagonista seletivo dos receptores alfa-2 adrenérgicos, licenciado na Alemanha (desde 1978) e no Canadá (desde 1951) como terapia para disfunção erétil.
Mecanismo de ação
Os mecanismos fisiológicos exatos subjacentes às ações da ioimbina permanecem desconhecidos. No entanto, os dados disponíveis sugerem o seu papel na estimulação nervosa simpática (sistema de excitação – luta ou fuga -, que ajusta o organismo para suportar situações de perigo, esforço intenso, estresse físico e psíquico. A ioimbina estimula o nervo simpático antagonizando os receptores pré-sinápticos alfa-2-adrenérgicos. Esta ação geralmente aumenta a norepinefrina no sangue.
Mas se ele é bloqueador do receptor adrenérgico, por que causa estimulação simpática?
Em um ambiente fisiológico normal, quando as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) atuam em α2 no terminal pré-sináptico, elas promovem uma modulação negativa à liberação de noradrenalina, promovendo autorregulação da liberação. E a importância desse processo é enorme, uma vez que evita uma super estimulação adrenérgica no organismo.
Considerando isso, uma vez que a ioimbina antagoniza esse receptor, promove maior liberação de noradrenalina, e um ambiente onde ambas as catecolaminas ativam mais os receptores beta-adrenérgicos.
E o que as catecolaminas e estimulação dos receptores beta fazem no nosso corpo?
Bom muitas coisas. Podemos citar o inotropismo (aumento da força de contração do coração, cronotropismo (aumento da frequência cardíaca), broncodilatação e efeitos psicológicos. Por isso, os efeitos colaterais mais proeminentes são aumento da pressão arterial, transpiração, dor no peito, insônia, ansiedade e palpitações. Inclusive, existe um artigo de reporte próprio sobre os efeitos psicológicos causados por suplementos para emagrecimento, que normalmente promovem a ativação simpática, como a cafeína. A ioimbina aumenta os tremores, hiperventilação, nervosismo, ansiedade. Portanto, a substância é absolutamente não indicada para pessoas com sintomas ansiosos. (3)
Um estudo anterior também relatou que a ioimbina contrai os vasos esplâncnicos, provavelmente causando desvio de sangue e hiperemia do músculo esquelético. O fluxo sanguíneo localizado do músculo esquelético modula o metabolismo do sistema energético primário e a produção/remoção de ácido láctico, melhorando assim o desempenho do exercício anaeróbico. No entanto, o efeito da ioimbina no desempenho do exercício é largamente inexplorado e requer mais investigação. (1,2)
Sobre a função erétil peniana, o efeito se deve principalmente e justamente pela inibição do receptor alfa-2-adrenérgico. Esses receptores desempenham um papel importante na inibição das ereções. Portanto, acredita-se que a ioimbina ajude a aliviar a disfunção erétil, bloqueando os receptores responsáveis pela prevenção das ereções. A ioimbina também pode promover a liberação de óxido nítrico. Isso pode levar à dilatação dos vasos sanguíneos e ao aumento do fluxo sanguíneo para os órgãos sexuais. (1,4) É importante ressaltar que a ioimbina não é recomendada pelas organizações médicas como tratamento para disfunção erétil, pela evidência baixa para o propósito e efeitos colaterais.
Efeitos no emagrecimento
Finalmente, considerando a finalidade para qual o fármaco é mais utilizado, temos o suposto benefício no emagrecimento, apesar dos estudos serem escassos sobre o tópico (5,6). A partir da estimulação simpática, existe um aumento da taxa metabólica e principalmente um efeito lipolítico, liberando mais facilmente a gordura estocada. Ainda, parece existir um efeito supressor do apetite e aumento da saciedade, mas isso também é pouco esclarecido.
Como dito, os estudos são escassos e controversos, com alguns inclusive mostrando ausência de efeito. Mas a máxima que temos sobre o emagrecimento é que depende do déficit calórico. Portanto, de nada adianta o efeito lipolítico se o indivíduo não está em uma dieta ajustada.
De forma empírica, baseada em atletas e considerando também o mecanismo de ação e evidências, a maior aplicação é para pessoas em reta final de emagrecimento (cutting, pre-contest). Dessa maneira, o composto parece ajudar na retirada das gordurinhas finais mais resistentes, novamente considerando que o indivíduo já está em déficit calórico.
Ao meu ver é uma estratégia benéfica, principalmente em conjunto com a cafeína, o termogênico mais utilizado. É necessário ressaltar que as duas substâncias têm efeito sinérgico de estimulação simpática. Portanto, começar com uma dose baixa de ioimbina (5 mg) por dia é prudente, para evitar efeitos colaterais de aumento de ansiedade, tremores e taquicardia, como relatado. No entanto, as doses nos estudos podem chegar até 10 mg por dia, 3 vezes ao dia.
Ainda e por fim, temos maior benefício nessas pessoas em final de emagrecimento quando a suplementação se dá em jejum, associado a um exercício físico. Isso porque o efeito lipolítico é suprimido pela liberação de insulina após uma refeição, e o exercício físico atua como potencializador da liberação de gordura e o mais importante, a queima dessa gordura pela demanda calórica. O que atletas costumam fazer é ingerir termogênicos junto com a ioimbina de manhã e realizar o exercício aeróbico nesse momento. Como a meia-vida do composto é bem pequena, em torno de 30 minutos, o efeito será exercido principalmente de forma aguda mesmo, naquelas horas iniciais. Portanto, eu acredito que seja a estratégia mais efetiva.
Abraços do Vini
Jabir, Nasimudeen R et al. “A literature perspective on the pharmacological applications of yohimbine.” Annals of medicine vol. 54,1 (2022): 2861-2875. doi:10.1080/07853890.2022.2131330
Barnes, Megan E et al. “Effects of Acute Yohimbine Hydrochloride Supplementation on Repeated Supramaximal Sprint Performance.” International journal of environmental research and public health vol. 19,3 1316. 25 Jan. 2022, doi:10.3390/ijerph19031316
Bersani, F Saverio et al. “Adverse Psychiatric Effects Associated with Herbal Weight-Loss Products.” BioMed research international vol. 2015 (2015): 120679. doi:10.1155/2015/120679
Corazza, Ornella et al. “Sexual enhancement products for sale online: raising awareness of the psychoactive effects of yohimbine, maca, horny goat weed, and Ginkgo biloba.” BioMed research international vol. 2014 (2014): 841798. doi:10.1155/2014/841798
Kucio, C et al. “Does yohimbine act as a slimming drug?.” Israel journal of medical sciences vol. 27,10 (1991): 550-6.
Ostojic, S. M. (2006). Yohimbine: The Effects on Body Composition and Exercise Performance in Soccer Players. Research in Sports Medicine, 14(4), 289–299. doi:10.1080/15438620600987106
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